O Brasil é atualmente o maior hub FinTech da América Latina. Prova disso vem na forma de mais de 188 novas startups que nos últimos 18 meses viram a luz do dia pela primeira vez.
O país sul-americano tem lutado ombro a ombro com o México pela posição de liderança na América Latina. Além disso, de fato, o México ultrapassou o Brasil em agosto de 2017 com 238 novas startups FinTech, deixando o Brasil para trás com 219, de acordo com um estudo aprofundado realizado pela Finnovista e seu Radar FinTech.
No entanto, com todas as novas startups, o Brasil recuperou a posição número um com um total de 377, o que representa um ecossistema 1,5 vezes o do México e três vezes maior do que a Colômbia, que possui o terceiro lugar.
Antes de continuarmos, vamos esclarecer os nossos números. O Brasil teria 406 firmas FinTech hoje se não fosse o colapso de cerca de 30 startups. Apesar destas falhas, os empreendimentos da FinTech continuam a aumentar cerca de 48% ao ano. Para ser justo, todos os países da região relataram um aumento de 50% no setor, exceto no Chile, onde se situa em cerca de 22%.
Uma boa razão para tantas empresas FinTech serem lançadas no único país que não fala espanhol na América do Sul é o custo estratosférico do crédito, que é de 450%. Este é um dos mais altos do mundo.
Além disso, o sistema bancário brasileiro está entre os mais burocráticos do mundo. Além disso, cinco bancos - Itau Unibanco, Banco Santander, Banco Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica - possuem 80% do mercado de crédito. Esta é uma receita para uma experiência muito negativa para os consumidores, afirma Finnovista.
“No entanto, essa concentração de poder e seu subsequente mercado oligopolista deixa o sistema financeiro brasileiro em uma posição mais suscetível a ser interrompido pela inovação da FinTech”, acrescenta.
Outro fator que torna o Brasil maduro para FinTechS é o fato de que a penetração do smartphone em 138% está bem acima da média global de 115%. As transações em telefones celulares aumentaram 100% no último ano e em 2016 representaram 34% de todas as transações financeiras.
“Se essas tendências continuarem, estima-se que o setor FinTech no Brasil possa gerar receitas potenciais de até US $24 bilhões nos próximos 10 anos”, diz Fonnovista.
No que diz respeito ao setor de empréstimos, o Brasil está em terceiro lugar atrás do México e da Colômbia, e isso porque as autoridades reguladoras brasileiras não autorizam plataformas eletrônicas de empréstimos.
Dentre as 377 startups da FinTech na nação de língua portuguesa - a maior da América Latina por extensão geográfica e população, bem como economicamente - 16 estão focadas em serviços bancários digitais, o que representa um aumento de 147% em relação a 2016.
Nubank é, sem dúvida, um dos sucessos mais significativos do Brasil na indústria FinTech. Em 2016, eles tinham 1,3 milhões de clientes e até o final do ano passado, três milhões. Esta startup arrecadou mais de US $330 milhões desde 2013.
A maioria das startups no Brasil está em São Paulo, que abriga 71% das empresas FinTech do país. O Rio de Janeiro é o segundo com apenas 8%: Belo Horizonte, 5%, e Port Alegre, 4%. A FinTech brasileira internacionalizou-se a uma taxa de 30%. Argentina lidera a lista nesta categoria com 48%.
Dos FinTechs que se aventuraram fora das fronteiras do país, 85% limitaram-se à América Latina e aos restantes 15%, ao resto do mundo. As startups internacionais do Brasil na região estão localizadas principalmente no México, 22%, Chile, 15% e Colômbia, 9%.
O crescente número de startups da FinTech no Brasil e sua rápida expansão entre os usuários representam um desafio iminente para as instituições bancárias tradicionais, que precisarão se modernizar rapidamente, reduzir custos e tornar os serviços mais eficientes, ou enfrentar tempos muito difíceis em um futuro próximo.
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